Novo Lobisomens da Aldeia velha - 3ª História Completa, Director´s Cut

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DeletedUser1185

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Elveneim era uma aldeia antiga, situada numa vale profundo e frondoso entre montanhas que tocavam o céu.
Corria perto um rio, de agua fresca e pura das neves da montanha.
Os campos da aldeia produziam imensos cereias, daí os comerciantes a visitarem no inicio da primavera e final do verão. Vendiam sementes, compravam o excedente e vendiam artigos vários e sal, que a aldeia precisava. Traziam noticias do resto do mundo ou correspondencia de familiares longinquos.
Todos os aldeões se conheciam e eram amigos entre todos, e viviam em paz uns com os outros.
Alguns aldeões eram personagens faceis de reconhecer mesmo que se visitasse a aldeia pela primeira vez.
O tolo da aldeia, o Zé parvo, meio a babar-se.
O Homem do talho, homem alto de ombros largos e com o braço direito enorme, em relaçao ao esquerdo ,de tanto manejar o cutelo, careca mas de bigode farto.
Anab, que tinha uma horta e um pedaço de terreno para aves de todos os tipos: Galinhas, Gansos, Patos etc.. E ainda era a dona do Bar/Tasca/Pensão da aldeia.
Zymar, que vivia mesmo no limite da aldeia e tinha fama de ser bruxa, vidente e outras coisas que aos habitantes da aldeia não interessavam.
Os outros iremos conhecendo, consoante vos conto a história.

Estava uma noite sossegada na aldeia, os campos estavam lavrados, os comerciantes tinham vindo e ido e levado Maria P. com eles.
O tempo estava morno do prenuncio de verão que estáva para chegar.
Da Aldeia ouvia-se o coro de gargalhadas da Pensão/Tasca/bar onde todos os aldeões se reuniam depois do dia de trabalho.
Perto da mata, ouviam-se cigarras e o pio solitario de uma coruja.
E ouvia-se "tico, tico" ... "tico, tico" acompanhado de uma lanterna a dardejar de lado para lado.
Era o Tolo da aldeia.
Estava no bar quando alguém lhe disse:
"Excelente noite para caçar gambuzinos Zé, e olha que dá dinheiro..."
"Como Caço gambuzinos?" perguntou o Tolo
"Então...? Vais ali á mata com um saco aberto entre as pernas, levas uma lanterna e mexes com ela de lado para lado, e chamas por eles - tico tico - e eles com medo da luz, foge para dentro do saco... uns poucos e ficas com dinheiro para o mês."
O tolo, com meio neurónio fundido, contente e a esfregar as mãos com a ideia de dinheiro
pegou num saco de serapilheira, numa lanterna e lá foi... parvo e contente.
"Tico tico" e virava a lanterna para todos os lados.
"Tico tico" e viu uns olhos rasteiros...
Baixou a voz e apontou a lanterna... "tico tico"
Os olhos começaram a ganhar altura e a luz da lanterna bateu numa fileira de dentes por baixo dos olhos,
e uma boca imensa a salivar avançou para o tolo.
Ultimas palavras do tolo, com um sorriso estupido... "Salta para o saco gambuzino"
 

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Os Berros do tolo ouviram-se em toda a aldeia.
Todos correram á mata, só para encontrar uma lanterna no chão e a luz a incidir num
pedaço de serapilheira manchado de sangue, e junto dele uma pegada de Lobisomem....
Nessa noite o bar da aldeia ficou cheio, mal a noticia se espalhou.
Ouviam no burburinho as vozes de todos...

- Redwolfie - Ai meu Deus, acordei com berros aterradores e acorri com outros aldeões à mata e deparámo-nos com uma cena de terror..
Coitado do Zé, pobre diabo foi apanhado por alguma besta, nunca ocorreu coisa semelhante nesta pacata aldeia...

- Aspirina -
Olha para aquela pegada sangrenta !! Deixa cá ver os teus pés para medir .... e será que os teus sapatos têm sangue?
E já agora , quem é que estava no bar? De certeza que foi o proprio lobisomem que mandou o Zé para a mata caçar gambuzinos ... Olha, eu estava a caminho do bar quando ouvi os gritos ... nem deu para entrar e beber um copo! Mas acho que vi um vulto a correr lá para os lados da Cristina ... será ?

- Savane -
Eu estava no bar a beber um copo com as amigas, quando me apercebi da confusão e nem quis acreditar, o parvo tinha acabado de sair do meio de nós...

- Jpiedade - Ora então boa noite vijinhos ingratos :p
Xiiiiiiiiiiiiiii hic, hic, hic, também estava no bar a beber umas garrafitas, hic hic hic, quem morreu???????? :oops: já não ouvir em condições .....hic hic hic................o Tolo, bolas até mamava uns copos com ele
Sempre quero ver quem tentou utilizar as minhas balas de prata da nª2

- Duke - Boa noite a todos...
Poxa por onde me vire so vejo noticias de Lobos...
Estava eu sossegada a beber um copo para comemorar o nascimento do meu sobrinho e oico um grito...venho á rua e encontro a Aspirina que me contou que o pobre tolo tinha sido morto por um Lobisomem...mas sera que eu por onde me viro encontro esta raca maldita...triste a sina a minha

- Arowen - Ai,ai ai a minha cabeça!! Acho que bebi demais!!!
Então voceses saem do bar e nem me acordam....xiiiiiiiii..... aquele hidromel estava demais.:p
Acordei destrambelhada com os vosso gritos de "acudam". Depois levantei-me despassarada... tropeçei num banco e cai redonda no chão. Fosga-se... que ganda galo eu tenho na cabeça. :mad:
Ai meu Jesusinho até fiquei logo sem ressaca,
Coitadito do tolo, pode não ter os sete alqueires bem medidos mas não merecia isto!:(

- Cristina Barbosa - também estava no bar a beber um copo como faço todas as sextas feiras ..ainda bem porque se estivesse por casa ainda era comida pois pelos vistos a aspirina disse que viu um vulto lá para os meus lados!!!
 

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- Marye - Mas o que aconteceu???? Que gritaria foi está???? Uma pessoa a entornar uns Cake de amora silvestres e houve um grito que até arrepia...
Foi o Zé Tolo??? O quê? Não pode ser... Ohhhhhhhhhh pobre tolo. É certo que não tinha os neurônios todos... Mas assim mesmo, ninguém merece ser comido.... Olhem para este sangue todo no chão.
Estou a ficar enjoada... Acho que os cakes vão ficar para outro dia.

- Anab - Pobre tolo. E que aproveitamento do lobisomem a servir-se de pessoas sem os cinco alqueires certos. Esta aldeia anda louca. Alguém viu sapatos com sangue?

- Raquell - Eu acordei já tarde, encostada ao balcão da tasca. Devo ter adormecido entre o 15º e 16º copo de hidromel
Não ouvi nadica de nada durante a noite...
Coitado do Zé, não merecia este triste fim!

- Shekinah - Sei não, estava fora da aldeia e logo que chego encontro esta bagunça. Pobre Tolo.

- S2aninhas2 - Lobo? .... lobo?...... aqui? quando ouvi isto corri a me esconder estou tremendo até agora...

- Ragnork ainda grogue do hidromel - mal ouvi os berros do Tolo, ganhei coragem, enfiei o colete com as assas de anjinho e fui logo para o local da tragédia, a voar !!! :)
Depois como estava meio tonto e penso que fui minado no tasco, a meio do caminho a asa direita fechou...tentei ligar para o sos da aviação aquela dos foguetões e nada...pois a velocidade era tanta que não consegui ligar o modo de aviação no tlm...sem mais nada para fazer fechei os olhos e seja o que Deus quiser...E por sorte a minha, alguém me amparou a queda, não me lembro quem, mas gostava de agradecer a essa pessoa..:)

- Zelena - Hum... isto é tudo muito estranho. acho que me puseram qualquer coisa na bebida. Só agora a acordar! que dor de cabeça, caramba. a festa estava animada! Coitado do Zé. Mas olha, antes ele do que eu... já disse que me doi muito a cabeça? Parece que levei com uma pancada. Tou cheinha de fome. Oh Marye dá aí uns cakes

A Zymar chegou ao local do crime, grande alarido, toda a gente com cara de espanto a olhar as pegadas.
Zymar também olhou e desatou a rir,
- O quê? Como é possível não enxergarem uma agulha no palheiro, há muita gente cegueta nesta aldeia! nem sequer é dia de Lua Cheia, fiquem a pensar! a dica está no ar!
Todos olharam uns para os outros e em voz baixa lá disseram ... pois ...errr ... é , tens razão ... bem visto. Mas ninguém tinha percebido nada do que ela tinha dito...
Zymar - faço acreditar que os aldeões podem se comunicar com os mortos ou que consegue ver o que se passa na vida de todos com a ajuda dos “poderes” sobrenaturais. Apesar disso, fico de olho nos cépticos, o vermelho, as pegadas...pistas que agradam...
 

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As conversas decorreram e algumas passaram a acusações de uns vizinhos para os outros, os animos estavam a exaltar-se mas a noite começava a ficar longa e todos se dirigiram para as suas casas para descansar.
No dia a seguir decorreram discussões entre membros do concelho sobre como proceder para manter a calma na aldeia e que poderiam fazer para resolver o problema do Lobisomem.
Na praça, ao inicio da noite repetiram-se as discussoes, acusações mas por fim eram só palavras azedas de quem receia pela própria vida.

Do cimo do telhado da casa de Marioli, encoberto pelo escuro, o 2º Lobisomem assistia
ao fim da discussao e ria-se baixinho.
- Tolos... nós disfarçados de cordeiros no meio deles e nem dão por isso. Merecem-nos...
O seu olhar não perdia o foco da sua presa.
"Hoje és minha" e este simples pensamento, de espetar os dentes em outra vítima, fazia-lhe arrepiar de felicidade
o pêlo junto á espinha, e roçava as garras na madeira do telhado já em extase da matança...
Todos os aldeões se recolheram cabisbaixos ás suas casas e o lobisomem aguardou pelo sono dos ainda justos, mal se contendo.
Desceu do telhado para a varanda da casa e entrou no quarto onde Marioli tinha começado há pouco a dormir...
"assim não... não tem piada"
Puxou devagar os cobertores e quando o Marioli começou ás apalpadelas, começou a rir... primeiro contendo-se, rindo baixinho.
Depois subindo de volume com a figura patética do aldeão de olhos fechados a esbracejar o ar á procura do cobertor.
Marioli abriu os olhos e, aterrorizada, nem conseguiu gritar quando a boca do lobisomem se fechou na sua garganta.


De manha, viram a porta aberta de Marioli, descobrem a cama lavada a sangue e o corpo de Marioli quase totalmente devorado. Todos falavam quase ao mesmo tempo.

- Marye -
Santa Mãe!!!!! Os lobisomens voltaram a atacar!!!!! Pobre Mariolli !!!!!

- Zelena - Oh não, outra vez não! Coitada da Mariolli ! Este lobisomem tem que ser detido! Temos que unir esforços.

- Anab - Coitada da Mariolli não fazia mal a ninguém sempre bem disposta, não é justo. Temos que unir esforços e pegar nas armas para a caçada.

- RedWolfie - Meus Deus a Marioli morreu na cama!?!? Ninguém está seguro!!! Pobre rapariga não merecia um fim tão trágico

- Cristina Barbosa - Coitadinha da Marioli...nem dentro de casa estamos seguras? E agora o que eu faço? Como posso me proteger? Trancas nas portas e janelas não sei se será suficiente....Meu Deus estou apavoradissima

- Ragnork ainda grogue do hidromel - Mais um ataque ?? Ui cá medo... ninguém vai sobreviver a este monstro diabólico !!!
Vou pedir ajuda aos Deuses...
 

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- Arowen - Ai Meu Jesuzinho, que gande tristeza...estou debulhada em lágrimas tadinha da Marioli. Eu tinha-lhe dizido para prantar alho na porta e o magano do demónio entrou pela varanda. Balha-me Santa Ingrácia e Santa Quitéria de Meca, estemos todos condenados se não descobrimos este Demónio.Cruz Credo Canhoto Abrenuncio!!

- Marye - Temos de se unir!!!! Temos de conseguir chegar a um concesso, temos de abater estes pulguentos!!!!

- Ragnork ainda grogue do hidromel - Marye Se os deuses não ajudarem, vamos meter insecticida nesses pulguentos
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- S2aninhas2 - Mais um?? socoooooooooooooooooooorro...
Unir? confiar em quem? os lobos estão disfarçados de cordeiros..

- Savane - Nossa que cena macabra! O lobisomem já não ataca só na mata, entra nas casas das pessoas
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- Ragnork ainda grogue do hidromel - Este demónio apesar da sua força é esperto !!!... e atento ao alho na porta
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Algo longe da confusão Zymar estava atenta ao que se passava e pensava como se visse o futuro:
"Estranhos gostos? com provas palpáveis e visíveis a olho nu????
vou persuadir os aldeões a não sacrificar inocentes e a matar os Lobisomens, ou será que anda por aí algum aldeão armado em lobisomem? Eu observo o que não conseguem ver, sinto nas entranhas todas as evidências que aos olhos do alheio é irreal, vejo nuvens vermelhas deambulando pela cidade, sigam com os olhos..."


O dia continuou. Todos continuaram a debater a historia de Marioli, de quem suspeitavam, por vezes acusando-se cara a cara. Entretanto o Concelho da Aldeia estava reunido e começaram a debater a possibilidade de sacrificar elementos que o comportamento tivesse mudado nos ultimos dias e que esses comportamentos fossem sinal de poder ser Lobisomem. Alguns aldeões foram considerados suspeitos, mas a falta de concenso evitou aquele que seria o primeiro sacrifício.

O dia chegou ao fim e todos se dirigiram ás suas casas.
 

DeletedUser1185

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Anab estava em casa e acabou de jantar. Estava impaciente e algo irritada com as estéreis discussões dos aldeões e a falta de pistas de quem seriam os lobisomens.
Acabou de jantar e dirigiu-se para a porta de casa.
"Preciso de ar fresco"
Antes de sair, meteu pelas costas o manto de capuz de lã cardada, que já tinha pertencido ao seu pai, e pegou no bastão.
Tinha começado a andar com um bastão, da altura dela e grosso como um pulso, desde a morte do tolo.
Já de si, Anab era uma mulher alta, jovem nos padrões da aldeia, de ombros largos e braços fortes, frutos de uma infância em que nunca fugiu de uma luta e do trabalho no campo. Mas acompanhada com o bastão era uma figura com ar perigoso e difícil de ignorar.
Enquanto passeava pela aldeia deserta pensava no que faria caso alguma vez fosse atacada e, enquanto deixava o pensamento seguir o seu curso, virou á esquina de uma casa e viu-se de frente com um lobisomem.
Ele estava a alguma distância, sobre as quatro patas, e começou a rosnar.
"Ahh.. a ironia nunca deixa de me surpreender..."
Sabia que não podia fugir.
Começou a andar de lado, sem nunca desviar os olhos do bicho, e o lobisomem começou a imita-la e afastaram-se da casa.
Já a uma boa distância, Anab deita o manto por terra e pensa:
"Bem ... Que comece a dança"
Decidida a provocar o animal dá um passo em frente, mão esquerda na anca e bastão na direita, e completamente erguida e com um sorriso feroz berra:

- ANDA TOURO LINDO....

O lobisomem galopa raivoso na direcção dela. No último momento Anab desvia-se ao mesmo tempo em que brande o bastão em sentido descendente e acerta em cheio nas costas do lobo, que é atirado ao chão com a força do impacto.
O grotesco uivo de dor ouve-se por toda a aldeia.
Rapidamente, o lobisomem ergue-se e volta a atacar com fúria redobrada, mas Anab consegue se ir desviando dos golpes do lobo e ainda acerta mais algumas, mas nenhuma a causar dano permanente.
Correndo um risco Anab aproxima-se mais, de forma a acertar em cheio na cabeça do lobo e consegue acertar uma boa pancada, mas recebe um golpe fundo no interior da coxa.
Ambos magoados afastam-se cautelosamente e Anab repara que a sua ferida é mortal...
"Bem... de alguma forma isto tinha de acabar..."
Volta a erguer-se orgulhosamente e estende o braço esquerdo ao lobo e faz com a mão sinal para ele se aproximar...
Com um sorriso trocista diz ao lobo:

- Anda cá bichano, que eu não te faço mal.
 

DeletedUser1185

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Os aldeões estagnaram quando ouviram o primeiro uivo do lobo, mas aos poucos a letargia foi substituída uma cautelosa curiosidade com o continuo coro de ganidos que se seguiu. Quando imperou o silêncio, primeiro uns, depois outros, foram assomando às portas das respectivas casas.
Com a coragem dos números, todos se dirigiram na direcção á clareira de onde os sons se tinham ouvido.
Quando chegaram ao local ficaram numa estupefacção muda.
Encontraram o corpo de Anab, estendido de costas no chão e de expressão serena... morta.
Cheia de cortes em várias partes do corpo , alguns ainda sangrando deixando o chão por baixo dela empapado em sangue.
O bastão repousava no chão a pouca distância dela, com marcas de garras e pedaços de pêlo e sangue espesso de lobisomem...
A pequena clareira testemunhou a batalha de Anab.
E havia marcas dessa batalha em todo o lado...
Do lobisomem, nem sinal...


Todos os aldeões estavam num circulo á volta de Anab, parvos com a ideia do que tinha acontecido, com a coragem daquela mulher em enfrentar um lobisomem. Todas as marcas indicavam que a Batalha tinha sido intensa, pegadas de lobo com sangue, marcas de dentes no bastao. Um quadro dantesco de coragem e bravura estava á frente deles e ainda assim... não conseguiam acreditar.
 

DeletedUser1185

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Red Wolfie rompeu o silencio:
- Mulher corajosa era a anab. morreu com dignidade! Mas e agora? A este ritmo esses monstros vão exterminar a nossa aldeia!
Caros paroquianos! Uni-vos senão será o nosso fim!
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Zymar comentou no seu estilo criptico:
- Não sei se penso, ou se medito, ora bem...fechar os olhos, respirar fundo , interiorizar os pensamentos, rever as previsões do além , pois...revejo atropelos, cores vivas estilhaçadas ao acaso, ruídos que mais parecem uivos de esgana , sons de passadas largas e pesadas, mas no horizonte soam grandes berros de esfomeados, alegro- me porque aqui no meu mundo é tudo tão diferente...

Mas os aldeões estavam cansados, tristes da morte de Anab e nem se deram ao trabalho de prestar atenção á "Bruxa".
Levantaram com respeito o corpo de Anab e levaram-no para a cripta da aldeia e velaram o corpo pela noite e a mortede Anab.

De manha ainda lagrimas corriam depois do enterro, mas já algumas vozes iradas se ouviam.
- Savane - Anab deve ser vingada, não merece menos que isso.
Temos de seguir o exemplo dela.
Temos de unir esforços e encontrar esse bichos.

- Ragnork ainda grogue do hidromel - Coitada da nossa guerreira Anab, mulher de armas... Ó menos deu porrada nesse desgraçado !!! Quero ver as vossas unhas, a todos... se estão pintadas de vermelho !!!

- Zelena - Que cenário macabro! A Anab era valente, mas nem mesmo assim se salvou! Este animal tem que ser detido!!!!
Haverá marcas da coragem da Anab em alguém?

- Cristina Barbosa - Coitada da Anab...ou devo dizer coitado do lobisomem que quase ia desta para melhor.
Valente Anab, se todos fossemos como ela de certeza que os lobisomens já estariam extintos.
Eu no lugar dela morria logo de susto...não teria a coragem de o enfrentar.
Mas agora continuamos num dilema pois temos lobisomens entre nós vestidos de cordeiros...que medo:(:(:(

- Zymar - Nem sempre o susto morre de medo. A coragem e valentia pode advir de outras capacidades até mesmo das cognitivas, mesmo nos mais corajosos ...mas enquanto houver sombras , vestígios de cor viva daquela que nos corre nas veias, os rastos no solo, caso para dizer "ele" anda por aí, algures, eu sinto o cheiro das garras, nem todos os lobos tem pele de cordeiro e nem todos os cordeiros tem pele de lobo! Estejam atentos às marcas, às pistas e o futuro ditará a verdade!
 

DeletedUser1185

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- Marye - O QUÊ!!!! a Anab , foi também desta para melhor!!!!!
Uma mulher e tanto.... assim é que é... o lobinho quis dar uma dentada e nada comeu e ainda levou das boas!!!! Foi-se, é certo, mas mesmo assim levou a melhor, quem ficou com o estômago vazio foi o sacana!!!!

Cristina Barbosa , também acho estranho, que raio de conversa é essa, pena dele?????
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Pena é ele não ter morrido e morte matada!!!!!!!
Temos de nos organizar vizinhos... temos de arranjar forma de os encontrar!!!


Mas os aldeões começaram a dispersar, meio aterrorizados. Pois se Anab não tinha conseguido, como poderiam eles?
No meio da praça ficou sozinho Ragnork ainda grogue do hidromel a dizer:
- Afinal quem é que pintou as unhas??
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Ao final da tarde o Concelho da aldeia tinha chegado a um concenso.
Ficou decidido por todos. Votaram e o destino de Duke ficou traçado.
Foram busca-la á porta de sua casa e agarraram-na, mas Duke Pediu para ir pelo seu próprio pé.
Não havia necessidade de força.
Não teve medo e, de uma vez só, dirigiu-se ao cêpo de cabeça erguida.
Com um olhar firme olhou em volta para todos os Aldeões e em alta voz disse:

-Se é o desejo de todos...

E ajoelhou-se.
O homem do talho, mais acostumado com estas lides, tinha sido escolhido para o serviço.
Disse uma prece só para si e levantou o cutelo.
Olhou para Duke e disse quase num suspiro:

- Perdoa-nos se estivermos errados ...

E baixou o cutelo...
Um corte limpo, completo e rápido, e, esperou ele, indolor.
A cabeça rolou um pouco á frente do cêpo, enquanto do pescoço jorrava sangue...
Após breves momentos em que nem um suspiro se ouviu,

O HORROR ... a cabeça recusava-se a mudar de forma.
Os olhos ainda abertos de Duke pareciam fixados em todos.
Tinham morto um inocente.
Gemidos se ouviram no crepúsculo e as lágrimas correram de todos...
 

DeletedUser1185

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Entre elementos do Concelho e aldeões a consternação era geral
- Cristina Barbosa - Meu Deus...o que fomos fazer? Como é que podemos errar? E agora voltamos á estaca zero...não tenho palavras para explicar este nosso erro fatal
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- RedWolfie - OHHHHHHHHHHHHHHHhh!!!!!!!!! CATANO!!!
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Matámos uma inocente!!!! Pobre Duke! Perdoa-nos!
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E os lobisomens continuam dissimulados no seio da comunidade.
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Ás aldeães pareciam que não conseguiam parar de chorar á dias e os maridos e aldeões cobriram o corpo de Anab e levaram as mulheres para casa.
Entre as vitimas dos Lobisomens e agora este sacrificio estavam todos desanimados. Ninguem mais conseguia enfrentar o horror do que tinham feito.
O homem do talho parecia que tinha encolhido, ficado mais pequeno. Os olhos marejados de lagrimas, raiados a vermelho da força para não chorar. Foi o ultimo a abandonar a praça, a arrastar os passos no pó...
 

DeletedUser1185

Ex-Membro
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Depois de um dia de lides de casa, intermináveis discussões e trocas de argumentos com os outros aldeões no bar da aldeia, e o sacrificio de uma inocente, Arowen dirigiu-se para casa cabisbaixa e triste.
Levava consigo um tremendo cansaço fisico e mental.
O medo que permeava a aldeia penetrava na pele de todos e, nela, dava-lhe uma sensação de frio pegajoso, e de peso nos ombros e rigidez no pescoço, dificil de carregar.
"Uma Massagem, caía pela vida... seria perfeito.
Como posso pensar estas coisas a seguir á morte da Duke ? Serei insensível !?!?"
Entrou em casa e começou a acender as velas da sala, foi ao quarto pousar o xaile fino de padrões de folhas que usava a cair pelas costas.
"Preciso de um banho... mas primeiro jantar, e depois com o banho espero dormir melhor..."
Entrou no espaço da cozinha ás escuras e acendeu a lareira, com o pote de ferro pendurado, ainda com o resto do guisado do almoço.
A luz fraca da chama da lareira penetrou na penumbra e Arowen sentiu... que não estáva sozinha.
Acendeu as velas da mesa de jantar e do outro lado da mesa viu um LOBISOMEM.
Enorme, muito alto, demais até para o tecto da cozinha. Com a cabeça curvada para baixo, e lábios distendidos, com fisionomia enraivecida que deixavam ver plenamente os seus dentes sepulcrais e repugnantes.
Assombrada pelo terror ,Arowen de olhos arregalados, leva a mão á boca e dá um passo atrás.
A porta da cozinha fecha-se com um estrondo e ela sobressalta-se, e encara o outro LOBISOMEM que estava atrás da porta.

- NÃO .... NÃOOO

Arowen começa a gritar, em vão, quando á luz amarelada das velas os dois lobisomens saltam na sua direcção.
A aldeia é invadida pelos gritos de Arowen.
Um arrepio gelado passa na espinha de todos os aldeões, que ficam estarrecidos enquanto os berros continuam.
Quando o silencio regressa, todos saem de casa ao mesmo tempo e correm na direcção da casa da Aldeã.

Mas é tarde demais...
A casa está vazia de qualquer ser vivo e um cheiro de guisado queimado, misturado com cheiros piores começa a espalhar-se pela casa...
Arowen desapareceu e há sangue espalhado por toda a cozinha....
 

DeletedUser1185

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Redwolfie foi a primeira a reagir:
- A minha querida vizinha Arowen?!?!?!?? OH NÃO!!!!!!!!!!
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Que desgraça, morrem duas amigas na mesma noite! Que será de nós? Cada vez sei menos
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- Cristina Barbosa - Outra morte de um inocente...coitada da Arowen, cada vez fico mais confusa e com muuuuiiiito medo
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- Zymar - Após o gélido ambiente de uma noite trágica, ouviu-se gritos arrepiantes , mas é tarde demais ...na divisão mais comum de uma casa da aldeia existe um cheiro agridoce...

- RedWolfie - Zymar, não estás a ajudar muito com estas tretas!!!
A não ser que seja esse o objectivo!!!
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- Ragnork ainda grogue do hidromel - Descansa em paz amiga :( E pede desculpas da nossa parte à Duke, que inocente, lá foi parar ao Céu. Esta um ambiente tão pesado Arowen que foste desta para melhor
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- Zelena - Como pudemos enganar-nos tanto! E agora não só perdemos a Duke, que afinal estava inocente, como a Arowen
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Isto é uma tragédia. Estou triste, mas também
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E a RedWolfie tem razão... Zymar que ajuda da treta. desculpa lá... mas não nos está a adiantar nada. Cada vez que ouço, e penso que percebi alguma coisa, fico mais confusa.

- Savane - A desgraça abate-se com peso redobrado sobre nós; não apenas perdemos a Duke, mas também a Arowen que era minha vizinha muito amiga e prestável.

- Shekinah - Tristeza dupla, desculpe Duke e também foi a Arowen . Por causa disso vou sair um pouco desta aldeia, preciso refletir, tentar achar uma maneira de descobrir quem são estes monstros dentuços!!!
Mas ... voltarei, me esperem. Ate mais!!!
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- Marye - Eu bem que achava que a nossa Duke , de lobo nao tinha nada
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Mas também admito que errei, sempre achei que a Arowen seria um deles!!!!! E agora também ja nao está entre nós!!!! Como vamos encontrar estes malditos!!!!! Como nos vamos proteger????
 

DeletedUser1185

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E foram-se afastando, separando e dirigindo-se cada um para sua casa, onde todos passaram o resto da noite em claro.
A manhã chegou pesada á aldeia. Um leve nevoeiro pousado no telhados das casas so aumentava a sensação de opressão que todos sentiam. Ninguem falou muito, ou falaram baixo, trocavam cochichos ou acusações, mas sem entusiasmo. Pareciam já uma aldeia de mortos vivos. A maior parte dos homens não foi trabalhar e tentavam encharcar os sentidos em hidromel no Bar/tasca/pensão de Anab, que entretanto Zelena tinha tomado conta.
As mulheres, encostadas ás ombreiras das portas umas das outras, cochichavam e olhavam de lado para a casa de outras que faziam o mesmo que elas.
O Concelho dos aldeões esteve reunido todo o dia. Todo o dia porque a ninguem apetecia estar ali. Quase não falavam nem acusavam ou suspeitavam de ninguém. Ninguém queria cometer com outro inocente a atrocidade que tinham cometido com Duke.
Zymar também estava presente, mas até a enigmatica Zymar estava calada, fechada nos seus proprios pensamentos.
Zymar nunca foi "convidada" para o concelho.
Tinha o porte de uma mulher na flor da idade, mas todos se lembravam dela assim desde sempre, desde a infancia de cada um. Parecia não envelhecer.
Dizia-se que Zymar era bruxa, vidente... mas os habitantes da aldeia eram supersticiosos ou cepticos e nunca tinham usado os seus serviços. Zymar usava os seus dons para com os comerciantes que visitavam a aldeia, ou aldeões de aldeias vizinhas, apesar de a mais proxima ser a dois dias de viagem.
Um dia apareceu e sentou-se á mesa e ninguém teve coragem de lhe dizer fosse o que fosse.
Falava por enigmas e ás vezes achavam que a entendiam, outras vezes faziam de conta, mas ninguém teve coragem de lhe dizer para sair.
 

DeletedUser1185

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De repente Savane quase se ergueu da cadeira chegando -se á frente e disse:
- Mais alguem ouviu o comentario da Cristina Barbosa aquando da morte da Anab? Ela disse "Coitada da Anab...ou devo dizer coitado do lobisomem que quase ia desta para melhor." Muito suspeito não acham?
Foi a única que até hoje vi compadecida e condoída com o sofrimento dos lobisomens, levando-me a crer que será um deles, pois só assim se justifica esse pesar.
Hoje voto cristina barbosa
Um a um , os membros do Concelho foram discutindo e com pouco consenso chegaram á conclusão que Cristina Barbosa era uma boa suspeita e seria o seguinte sacrifício.
Estranha situação foi o comentario mais enigmatico, que desta vez saiu de Ragnork, ainda grogue do hidromel:
- Cheira-me a Lobo
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Bebe redbull para ganhares asas!!!
 

DeletedUser1185

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Da porta de casa Cristina Barbosa ouviu e olhava-os a todos, surpreendida.
-Não posso acreditar, vocês querem sacrificar OUTRO INOCENTE?? SOU UMA DE VÓS, CONHECEM-ME HÁ ANOS... E QUEREM-ME MATAR? NÃO...
Entretanto os aldeões, devagar, já tinham começado a rodear Cristina.

- NÃO, NÃO LARGUEM-ME, LARGUEEEMM-ME.

Agarrada por ambos os braços e rodeada por aldeões, foi quase levada sem tocar no chão até ao cêpo no centro da aldeia. Tentou libertar-se todo o caminho e deu pontapés a varios aldeões que a seguravam enquanto berrou todo o caminho
- LARGUEM-ME...
-EU SOU INOCENTE...
-INOCENTE, EU SOU INOCENTE...
Durante o caminho para o cêpo os berros eram ainda mais fortes.
- SOU INOCENTE.... LARGUEM-ME
E de repente a voz começou a ficar mais grave e profunda enquanto berrava.
Os aldeões olhavam para Cristina e ela parecia começar a ficar mais alta.
Pêlos começavam a aparecer onde não existiam e garras começaram a substituir unhas ...

- SOU INOCENTE

E a voz já era cavernosa.
Cristina libertou os braços e agarrou os dois aldeões que a tinham prendido e atirou-os para a frente, pelo ar, quase sem esforço.
A roupa dela começou a romper as costuras conforme crescia cada vez mais.
Toda a gente olhava o aparecimento de um LOBISOMEM.
O Lobisomem olhou para o céu e um RUGIDO alto e medonho saiu da grossa garganta e preencheu o ar.
As aldeãs começaram a berrar e os homens ficaram parados, novamente parvos, a olhar em choque sem saber o que fazer.
O Homem do talho, depois de ter cometido um "assassinato", procurava a redençao.
Foi o unico a manter o sangue frio no meio de aldeões que começaram a fugir e de mulheres agarradas ás saias e a gritar de terror.
Por detrás do Lobisomem deu um salto e com um só golpe do cutelo arrancou-lhe fora a cabeça.
O corpo do Lobisomem ainda se manteve de pé uns segundos, sangue a espichar para o ar, roupas rasgadas a roçar o chão.
E então tombou para a frente no chão, com um estrondo seco, e o sangue continuou a correr. Na cabeça do Lobo ainda os olhos dardejaram mais um pouco até se fixarem num ponto longinquo.
A uma só voz ouviu-se

- VIVAAAAAA

E ao mesmo tempo todos correram na direcção do homem do talho.

- VIVAAAA

E levantaram-no do chão...
Em peso e ao som de vivas, lagrimas de alegria e risos freneticos levaram um homem mais leve de culpa, ao bar da aldeia para festejar a morte de UM Lobisomem.
Sem que já ninguem estivesse presente, um aldeão pousou a mão sobre a cabeça do Lobisomem morto e fechou-lhe os olhos e disse baixinho.

- Serás vingado irmão...
 

DeletedUser1185

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A festa no bar da Aldeia foi de arromba. Todos cantavam e berravam vivas, tanto pela morte do Lobisomem, como pela coragem do homem do talho.
O homem do talho esteve feliz, com um sorriso beato, toda a noite. Sentia que se tinha redimido da morte de Duke. Uma rapariga que queria ajudar toda a gente e queria o bem de todos. Os festejos foram grandes, tambem devido ao facto que Zelena ter aberto os barris de hidromel é discriçao da clientela.
Dois porcos da Maria P. assavam no espeto. Ela não sabia porque se tinha ausentado da aldeia um mês antes e ainda não tinha voltado. Mas ninguém estava preocupado, nem com a Furia da Maria P. quando voltasse, nem com o Lobisomem que faltava.
A noite era de Festa e Alegria.
Ouviram-se pedidos de desculpas de acusações feitas, pedidos de desculpas aceites, foram-se abraçando uns aos outros, cantando e dançando juntos e a alegria e o hidromel pareciam não ter fim.
Os festejos duraram até altas horas da noite. Já para o fim, todos os aldeões bebâdos que nem cachos, foram saindo um a um, ou dois a dois (agarrados um ao outro) até Zelena ficar a sós com o ultimo aldeão.
-Vou fechar as portas para descansar e parece que amanhã o dia vai começar tarde para todos. Posso te servir mais alguma coisa? Disse com um sorriso.
E o aldeão levantou o copo e disse:
- Vou só terminar este e pôr-me a caminho para casa.
- Hoje não pareceste muito feliz, há algo que te preocupa? Perguntou Zelena enquanto trancava a ultima portada da ultima janela.
- Ainda anda um Lobisomem á solta e de certeza que se quer vingar pela morte do companheiro. Disse o aldeão enquanto pousava o copo e se levantava.
- Tens razão, mas esse problema tentaremos resolver amanha. Disse Zelena enquanto começava a apagar velas pelo bar.
- Não, esse problema resolvemos hoje. Disse o aldeão.
Zelena virou-se admirada e confusa para o aldeão para lhe perguntar o que queria dizer com aquilo... E esqueceu esse mesmo pensamento quando o viu ...
O aldeão começava a crescer em tamanho e a ter garras nas mãos e pêlos desde o pescoço até á testa. O nariz começou a afunilar e a voz tornou-se num rosnar grave e profundo.
Zelena já tinha testemunhado esta transformação uma vez.
Ao fim da tarde deste mesmo dia... Cristina Barbosa tinha começado a mudar desta forma, e era Lobisomem.
Zelena tinha rezado para nunca mais testemunhar aquela transformação, mas o Deus de Zelena devia estar distraido.
O Lobisomem chegou-se a Zelena, e enquanto a levantava do chão pelo pescoço com uma mão só, disse com escárnio:

- Isto é por teres patrocinado a festa pela morte do meu irmão.

E arrancou-lhe parte da cara com uma dentada.

Ouviam-se os gritos abafados de Zelena na Aldeia, mas não havia uma alma sobria que os pudesse ouvir...
 

DeletedUser1185

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Nessa madrugada, ainda a luz do sol aparecia timida no céu, um vulto encapuzado saiu ás ruas da aldeia com uma saco pelas costas.
Ao minimo barulho, parava...
Ao som de qualquer animal madrugador, voltava a parar...
Mas continuava lesto o seu caminho até á orla da aldeia, sempre a olhar para trás.
Mesmo estando perdida de terror.
Tinha acordado pouco depois de adormecer, com uma dor de cabeça monumental, mas ouviu distintamente os gritos de Zelena.
Zelena, uma das suas maiores amigas... e não teve coragem de se levantar e tentar acudir, paralisada pelo medo.
Não queria ser vista por ninguém na sua partida.
Muito menos ser caça de Lobisomem de madrugada.
A aldeia tinha deixado de ser segura e decidiu emigrar para outras paragens.
Algum sitio onde não existisse o termo "Lobisomens".
Queria casar e ter filhos, uma casa com um quintal grande com gansos como a Anab e uma Vaca igual á da Maria P.... coitada da Anab...
E nesta aldeia, o futuro não prometia isso....
Tarde da manhã, os aldeões reparam no pergaminho espetado na porta de ASPIRINA com as palavras.

"Perdoem-me, tive de partir. Não posso mais, viver assim... "
 

DeletedUser1185

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Nesse dia, todos tinham acordados com uma tremenda dôr de cabeça dos Festejos da noite anterior, mas Felizes porque tinham caço um Lobisomem - Cristina Barbosa.
Felicidade de pouca dura, pois pouco depois descobriram os restos mortais de Zelena, espalhados pelo bar.
Não tinha sido um morte para comer como as vitimas iniciais.
Tinha sido uma morte violenta, de raiva. Zelena, ou o que restava dela, estava espalhada aos bocados pelo bar.
As mulheres choraram a morte da jovem, personificação da alegria na aldeia, e começaram todas juntas, sem que palavras fossem necessárias, a limpar aquela carnificina enquanto lágrimas lhes corriam pelas faces.
Os homens, após um momento de silencio, refugiaram-se no trabalho do campo e evitaram rever a imagem de Zelena daquela forma.
Preferiam lembrar-se dela, com canecas na mão, enorme sorriso, a distribuir alegria liquida a todos na noite anterior.
Á hora do almoço, já todos sabiam. Aspirina tinha fugido da aldeia, se foi Acto de cobardia ou de Auto preservação, ninguém sabe. E ninguém queria saber...
Num qualquer momento, desde que tinha começado aquela provação á aldeia, todos tinham pensado o mesmo. Ninguém a condenou por isso. Lá no fundo todos lhe desejaram sorte.
 

DeletedUser1185

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Algumas vozes com raiva e temor ainda se ouviram

Red wolfie- WTF!!!?!??!?!??
Porra!!! PQP!!! Morreu mais UM aldeão!!!
Pobre Zelena, não a devia ter deixado sozinha, mas nunca pensei que o lobo atacasse hoje!!!

- Savane - Acordei agora ainda grogue e o lobo já matou mais um aldeão!?!?? Vamos ser todos exterminados :(
e agora!?!? pobre Zelena tão meiga e boa pessoa
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Não é justo!!!

- S2aninhas2 - Nem foi possível comemorar direito nossa vitória, o lobisomem nos lembrou de sua força e determinação.... Temos que ser ainda mais fortes, nossa luta não terminou.

- Marye - Mas afinal..... afinal mas que M** é esta..... o pessoal estava todo contente.... Um se foi.... o homem do talho foi impecável e depois.... Depois vem está última besta lembrar que a caça ainda não acabou!!!!!
Todos os inocente serão vingador, vizinhos temos unir forças... temos de dar cabo deste monstro!!!!!


Mas foi Zymar a tomar as redeas á situação, antes que o medo se voltasse a espalhar:
- Devido à grande alteração de movimentação na aldeia e de acontecimentos inesperados, convocam-se todos os aldeões para uma assembleia extraordinária, para fazer uma analise swot na integra e detectar através dos manifestos quais os elementos infiltrados que estão a devastar a aldeia...mais informo que não ando a fumar nada esquisito , apenas a inalar o cheiro nefasto ( churros com recheio vermelho) de uma aldeia assombrada....

Ninguem percebeu nada, mas todos concordaram.
 
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