Curiosidades Dia dos Reis

Ana Batista

Mercador das Palavras
A data marca, para os católicos, o dia para a veneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII converteu nos santos Belchior, Gaspar e Baltazar. Nesta data, ainda, encerram-se para os católicos os festejos natalícios - sendo o dia em que são desarmados os presépios e por conseguinte são retirados todos os enfeites natalícios.

Em Portugal e na Galiza, o bolo-rei ou bolo de Reis possui grande tradição e é confeccionado com um brinde e uma fava. A pessoa que encontra a fava deve trazer o bolo de Reis no ano seguinte. Por todo o país, as pessoas costumam «cantar as janeiras», «cantar os Reis» ou as «reisadas», de porta em porta. São convidadas a entrar para o interior das casas, sendo-lhes oferecidas pequenas refeições como doces, salgados, charcutarias, vinhos, etc. Neste dia eram também muito comuns os autos dos Reis Magos, peças de teatro popular.

No Brasil, geminado culturalmente com Portugal, esta tradição tem muito do que se faz no velho país. A festa é comemorada com doces e comidas típicas das regiões. Há ainda festivais com as Companhias de Reis (grupo de músicos e dançarinos) que cantam músicas referentes ao evento, as conhecidas festas da Folia de Reis.


Galette des Rois
Em alguns países, como Espanha (e os geminados culturalmente), é estimulada entre as crianças a tradição de se deixar sapatos na janela com capim antes de dormir para que os camelos dos réis Magos possam se alimentar e retomar viagem. Em troca, os réis magos deixariam doces que as crianças encontram no lugar do capim após acordar. A tradição também consiste em comer o Bolo de Reis. De acordo com a tradição espanhola, o Dia de Reis é celebrado por uma boa parte da população. Neste dia as crianças recebem as prendas de Natal, porque de acordo com a tradição cristã, os réis magos é que trazem as prendas.

Na França e em Quebec (no Canadá), come-se o Galette des Rois (Bolo de Reis), que contém um brinde no seu interior. O bolo vem acompanhado de uma coroa de papel e quem encontrar o brinde na sua fatia, será coroado e terá de oferecer o bolo no ano seguinte.
 

DeletedUser269

Ex-Membro
Ex-Membro
.NATAL ORTODOXO/DIA DE REIS
Por que as Igrejas Ortodoxas não comemoram o Natal no dia 25 de Dezembro?


Na verdade, os ortodoxos celebram SIM o Natal em 25 de Dezembro, mas eles seguem um calendário diferente do “nosso” e a festividade cai no nosso dia 7 de Janeiro.

Explicando de maneira simplificada: a Igreja Ortodoxa não aceitou a reforma do calendário promovida pelo Papa católico Gregório, em 1582. A reforma corrigiu a desfasagem de 13 dias que havia entre a data do calendário e a data real da mudança das estações – equinócios e solstícios. Assim sendo, os ortodoxos continuam celebrando o Natal em 25 de Dezembro, só que pelo calendário Juliano, criado por Júlio César em 45 AC , enquanto nós adoptamos a reforma católica e utilizamos o calendário Gregoriano.

Vale lembrar que a Igreja Ortodoxa é a religião de 41% dos russos, segundo o censo de 2012.

Entendemos já esta história dos calendários. Mas isso significa que os russos utilizam um calendário diferente do nosso? Sim e não. O calendário da Federação Russa passou a seguir o modelo gregoriano após a Revolução de Outubro de 1917. No entanto, a Igreja Ortodoxa Russa não aceitou a reforma e até hoje utiliza o calendário juliano, que tem 13 dias de diferença com o calendário gregoriano.

Desta forma, no calendário oficial do Estado, temos as mesmas datas, na Rússia, no Brasil ou em Gibraltar. Mas nas festas religiosas, que não fazem parte do calendário do Federação Russa, já que o mesmo é um Estado laico, as datas seguem o calendário juliano. Por isso, o Natal cai no dia 25 de Dezembro, mas de um calendário diferente (7 de Janeiro para o nosso calendário).

Tanto o dia 24 quanto o dia 25 de Dezembro (do nosso calendário gregoriano) são dias laborais na Rússia. O Natal ortodoxo (7 de Janeiro) cai no meio de um feriado prolongado que os russos têm todo ano, entre 1 e 10 de Janeiro.

Resumindo: Feliz Natal... PARA OS ORTODOXOS
 

LyanaMarya

Mercador das Palavras
Olá

Em Portugal o Dia de Reis era festejado (ainda é, mas não do mesmo modo ou melhor já não se festeja, come-se o bolo a qualquer dia do ano) a 6 de Janeiro, dia em que se guardavam as decorações de Natal.
A família e amigos juntavam-se para isso e no final comiam o Bolo-rei que tinha um brinde e uma fava.
A quem calhasse a fava, teria de trazer o Bolo-rei do ano seguinte, mas o brinde (era embrulhado num papel vegetal) ficava para quem calhasse.
Enquanto uns andavam a tirar as decorações da Árvore de Natal, por exemplo, outros andavam a tentar saber onde estava a fava, para que esta não lhes calhasse ou então para tentarem que alguém ficasse com ela.
Haviam sempre umas brincadeiras à volta da fava. :D

Exemplos de brindes e fava:
P1050045.JPG


Espero que tenham tido um Bom Dia de Reis! ;)
 

palmira.m

Mercador das Palavras
Ainda sobre os calendários Juliano e Gregoriano de que a Maja falou a propósito do Natal dos ortodoxos russos uma consequência gira do calendário Gregoriano é a existência de anos bissextos - e o facto de algumas pessoas, como uma amiga minha, só terem dia de aniversário de 4 em 4 anos.

Para ela, escrevi há uns tempos um textito sobre a origem do nome bissexto, que é diferente do que normalmente se pensa, que o ano se chama assim porque tem 366 dias (com dois seis). Este dia «extra» é uma correcção introduzida para acertar o que resulta de as nossas unidades de tempo dia e ano serem referidas aos movimentos da Terra, um dia é o período de rotação da Terra e um ano é o tempo que a Terra demora na translação em torno do Sol. O problema é que este último movimento da Terra não dura um número inteiro de dias.

Quando os primeiros calendários foram propostos não era trivial nem a definição de ano nem o cálculo do tempo que a Terra demora a orbitar o Sol. Na Antiguidade, os astrónomos calcularam que a Terra dava a volta ao Sol em 365.25 dias (365 dias mais 6 horas). Mas a adição de um dia extra de 4 em 4 anos tentada em Alexandria por Ptolomeu III em 238 a.C. não teve sucesso. Anos de 365 dias transformavam o calendário numa dor de cabeça, agravada no tempo de Júlio César pelo corrupto pontifex maximus, o sacerdote encarregue do calendário para quem a duração do ano reflectia as compensações monetárias dos que queriam manter um determinado cargo mais tempo ou pretendiam abreviar o mandato de um inimigo.

César, com o auxílio do astrónomo grego Sosígenes, reformou o calendário no ano que corresponde ao actual 45 a.C., na altura ano 709 AUC - ab urbe condita, desde a fundação da Cidade (de Roma). Este calendário, que instituía entre outras coisas um ano bissexto de quatro em quatro anos, passou a ser conhecido por calendário juliano, adoptado pela generalidade da Cristandade em 325 d.C. e ainda usado pela Igreja Ortodoxa.

O problema não terminou aqui já que um ano não é exactamente 365 dias e 6 horas mas sim 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Embora a diferença possa parecer insignificante, no ano 1582, data em que o Papa Gregório XIII fez outra reforma no calendário, a diferença entre o ano astronómico e o ano sazonal já era suficiente para o pontífice ordenar um «buraco» de dez dias para a corrigir. Assim, ao dia 4 de Outubro desse ano sucedeu o dia 15 de Outubro. Para evitar correcções análogas no futuro, o novo calendário gregoriano, que usamos até hoje, prevê serem bissextos os anos que sejam divisíveis por 400 e os divisíveis por 4 mas não por 100.

O mês que toma o nome do festival de purificação e limpeza denominado Februa (de Februarius que significa purificar) - do deus etrusco Februs - foi tornado ainda mais curto pelas manias de grandeza do imperador Augusto que não admitiu que o mês oitavo que tomou o seu nome fosse «inferior» ao mês sétimo que honra o seu tio-avô Júlio César.

Ao dia 29 de Fevereiro estão associadas inúmeras superstições e tradições, algumas delas bastante curiosas, o que não é de espantar dada a forma como o dia extra de Fevereiro foi introduzido. Ao adicionar o dia suplementar, Júlio César escolheu o mês de Fevereiro, então o último mês do ano considerado nefasto entre os romanos. Para dar a volta aos seus concidadãos mais supersticiosos, para além de decretar que o primeiro mês do ano passava a ser Janeiro e não Março, em vez de aumentar de 1 dia de quatro em quatro anos a duração do mês, César congeminou um sistema complicado: duplicou o vigésimo quarto dia de Fevereiro, que recebia na época o nome de «dia sexto antes das calendas de Março». Deste modo, o dia suplementar era o bis sextum ante diem calendas martii, que deu origem à actual designação de dia bissexto, designação que se estendeu ao ano.
 

LyanaMarya

Mercador das Palavras
Continuando a falar do tempo: Sabias que 2016 teve um segundo a mais!? :rolleyes:

Notícia sobre isso no DN a 29 de Dezembro de 2016:

"Prepare-se para o final do ano: 2016 vai ter um segundo a mais


O objetivo é para coordenar a escala do Tempo Atómico Internacional com a rotação do planeta Terra.

O ano de 2016 vai ganhar um segundo no último dia do ano. A 31 de dezembro, às 23 horas, 59 minutos e 59 segundos o relógio vai passar para... 23h 59m 60s e só depois vai entrar em janeiro de 2017. Chama-se "segundo intercalar" e a sua introdução nos relógios foi anunciada em julho pelo International Earth Rotation Service (IERS).

O objetivo é "coordenar" a escala do Tempo Atómico Internacional com a rotação do planeta Terra, tal como já tinha acontecido no ano passado, quando foi introduzido um segundo extra em junho. Na altura o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), que é a entidade responsável pela manutenção da Hora Legal em Portugal, explicou que este segundo é introduzido para que os relógios não se adiantem em relação à rotação do planeta.

Isto porque a duração do "segundo" na escala do Tempo Atómico é constante e atualmente é mais curta do que a do "segundo" da rotação da Terra, uma vez que a rotação completa da Terra dura cada vez mais tempo - está a desacelerar muito muito lentamente, um ritmo de cerca de dois milésimos de segundo por século. O primeiro "segundo intercalar" foi adicionado em 1972 e desde então já foram introduzidos 27 segundos.

Como os segundos intercalares podem ser introduzidos em junho ou em dezembro, o IERS emite um boletim com seis meses de avanço para avisar se há necessidade de alterar os relógios ou se fica tudo na mesma.

Quando foi adicionado um segundo extra em 2012, várias empresas de software tiveram problemas, como a Mozilla e o LinkedIn, já que não estão preparadas para incluir segundos adicionais."

Afinal ainda há ajustes no nosso calendário.

Bom jogo, boas curiosidades e bom tempo! :D
 
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